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"Patrimônio" vem do latim patrimonium (patri, pai + monium, recebido). O termo está, historicamente, ligado ao conceito de herança. Parte de um regime de verdade, o patrimônio cultural não é neutro, mas reflexo da sociedade em que se insere, capaz de perpetuar gostos, valores e necessidades históricas de alguns grupos dominantes, de acordo com seus projetos políticos e sua visão de mundo. Nessa perspectiva, apesar de sua aparência de objetividade, universalidade e justiça igualitária, o patrimônio não pertence a todas as pessoas.

Qualificado como histórico-artístico, o patrimônio cultural vem sendo legitimado por um viés elitista, eurocêntrico, ocidental e masculinista. Ao perceber os processos de patrimonialização como recursos e instrumentos políticos, a aplicação de uma perspectiva de gênero na interpretação do patrimônio pode garantir sua localização num contexto político, econômico, histórico e cultural mais amplo. Nessa conformação, os “efeitos de gênero” estruturam-se como categoria de pensamento e podem ser percebidos no e sobre o conhecimento, não estando restritos à relação com o corpo biológico ou com o sexo.

A proposta deste curso é instrumentalizar estudantes e profissionais da arquitetura, urbanismo, museologia, história e produção cultural para pensar novas costuras e amarrações entre patrimônio cultural e gênero, trazendo novas dimensões desta potente ferramenta nas lutas por recursos, justiça e igualdade.

Inscrições: https://www.even3.com.br/cursogeneroepatrimonio/

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